
Com apenas uma canetada e meia dúzia de declarações no fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro derrubou o valor de mercado das suas principais estatais listadas na Bolsa de Valores: Banco do Brasil, Eletrobras e Petrobras.
Segundo levantamento da Economática, as três principais estatais federais perderam R$ 85,28 bilhões em valor de mercado nesta segunda-feira (22). A Petrobras perdeu R$ 74,2 bilhões; o Banco do Brasil, R$ 10,8 bilhões; e a Eletrobras, R$ 280 milhões.
As ações da petrolífera foram as mais afetadas, chegando a cair 21,5% (preferenciais) e 20,5% (ordinárias). Na sexta-feira (19), a estatal já tinha visto o seu valor na Bolsa encolher R$ 28 bilhões, ao ver suas ações caírem 6% (preferenciais) e 7,5% (ordinárias). Com isso, a Petrobras viu seu valor de mercado reduzir em R$ 102,2 bilhões em duas sessões. Atualmente, a estatal vale R$ 280,5 bilhões.
O medo dos especialistas é que Bolsonaro vá pelo mesmo caminho da ex-presidente Dilma. Em 2012, ela editou a medida provisória (MP) 579, que fez com que a Eletrobras vendesse energia por um preço fixo, abaixo do praticado pelo mercado, para que Dilma cumprisse sua promessa de campanha de baixar a conta de luz em cerca de 20%. A ação corroeu o caixa da estatal, que perdeu praticamente toda a sua capacidade de investimento.
No caso do Banco do Brasil, Bolsonaro já ameaçou demitir o atual presidente da instituição, André Brandão. Ele ficou insatisfeito em janeiro com um plano de demissão voluntária (PDV) e de fechamento de agências. A situação foi contornada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas Bolsonaro deu a entender no último sábado que faria mais demissões.