
A falta de valorização do real na última quinta-feira, (07) foi a maior entre 24 moedas acompanhadas pela empresa de informações financeiras Economática, abrangendo países emergentes como África do Sul, México e Rússia. Desde o começo do ano, o real perdeu 17,9% de seu valor frente ao dólar, ainda de acordo com o levantamento feito por Einar Rivero, da Economática, a pedido da BBC News Brasil.
Dentro do grupo, o desenvolvimento só é pior do que o da lira turca, que teve desvalorização de 20,69%, e do peso argentino, que caiu 34,72%.
A última vez que a moeda americana cruzou a barreira dos R$ 4 foi no início de 2016, em meio a um cenário de decadência na economia chinesa e de queda intensa no preço do petróleo.
O real vem perdendo valor em relação ao dólar desde março, em linha com as moedas dos demais países emergentes. Mas foi nos últimos dias que o movimento de desvalorização da moeda brasileira se intensificou.
O principal motivo apontado para a disparada foram as incertezas em relação às eleições de outubro, a falta de sinalização de compromisso dos candidatos com a agenda de reformas e com o reequilíbrio das contas públicas.
“As incertezas eleitorais finalmente entraram nos cálculos dos operadores financeiros e somaram-se aos riscos já existentes com o esgotamento do governo, as sequelas da greve dos caminhoneiros e as empresas estatais”, avalia o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório enviado a clientes.